No ano em que comemoramos o
centenário de Luiz Gonzaga, os versos da música Asa Branca começam se tornam
atuais mais uma vez. “Quando olhei a terra seca ardendo, qual fogueira do
Sertão, eu perguntei a Deus do céu, ai, por que tamanha judiação?” Os moradores
de vários municípios do Nordeste estão enfrentando a mais rigorosa seca dos
últimos anos. Em Pernambuco o governador Eduardo Campos decretou estado de emergência
em todo o Sertão e criou um comitê para combater os efeitos da estiagem. O
Governo Federal anunciou a liberação de uma grande quantia de recursos para
construção de poços artesianos, aguadas, aquisição de cisternas, entre outras
ações.
Os atos dos governos
Estadual e Federal são suficientes apenas para minimizar os efeitos da falta de
chuvas, mas não resolve integralmente o problema. Estamos na época das chuvas,
mas ao invés de colherem, os agricultores estão contabilizando prejuízos. Em
muitos municípios da região houve perda de 100% da safra. A situação é mais
grave do que muito gente imagina. Até mesmo os moradores da zona urbana começam
a sentir no bolso a força da seca deste ano. O preço do feijão está beirando os
R$ 10,00. Nos festejos juninos deste ano comprar milho vai custar muito caro.
Na exibição desta
terça-feira (08) do programa “Profissão Repórter”, da Rede Globo de Televisão,
especialistas em meteorologia disseram que se não chover na região até o fim
deste mês só voltará a ter precipitações pluviais em outubro. As previsões não
são nada animadoras. Enquanto isso, muitos municípios anunciam festejos juninos
pomposos com atrações de nível nacional que se apresentam por uma hora e meia
para receber mais de R$ 200 mil. Os cantores voltam para o eixo Rio-São Paulo
com as contas bancárias mais recheadas, ao passo em que os moradores das áreas
rurais continuam com sede, clamando por chuva e por ajuda.
Fonte: Blog do Alvinho Patriota/Por
Chico Gomes
Nenhum comentário:
Postar um comentário