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Pelo menos dois pipeiros autônomos foram
flagrados vendendo água desviada da Adutora Oeste, durante operação da
Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) para combater desvios no sistema
de abastecimento no Sertão do estado. Os infratores foram identificados, nesta
quarta (9) e quinta-feira (10), em Parnamirim e Ouricuri. Eles tiveram os nomes
registrados e foram notificados pela empresa. A ação contou com o apoio da
Companhia Independente de Operações e Sobrevivência na Área de Caatinga
(Ciosac), da Polícia Militar.
Em Parnamirim, o infrator danificou ventosas
da adutora, que são equipamentos responsáveis pela extração de ar da adutora,
para permitir que houvesse vazamento. Dessa maneira, formava-se uma lagoa, de
onde a água era extraída. O vazamento nas ventosas já foi consertado. Uma outra
lagoa, formada da mesma maneira, fornecia água para animais. Já em Ouricuri,
foi localizado um barreiro, espécie de fosso, com água proveniente da adutora,
utilizado para abastecer caminhões-pipa.
De acordo com o diretor regional do Sertão da
Compesa, Fernando Lôbo, as notificações serão repassadas para o Ministério
Público de Pernambuco (MPPE) e à Polícia Civil. "A Compesa não tem poder
de polícia. Então, nós vamos apresentar esses registros ao MPPE e à Polícia
Civil para que as medidas cabíveis sejam tomadas, como a abertura de um
inquérito policial, pois eles estão agindo em benefício próprio e devem ser
responsabilizados criminalmente. A investigação também pode apontar outras
pessoas envolvidas no esquema", explicou.
Tanque para criação de Peixe em Ouricuri
Tanques para a criação de peixes com água
furtada da Adutora Oeste foram localizados no município de Ouricuri, às margens
da BR-316, a cerca de dez quilômetros da cidade. O que chamou a atenção da
fiscalização foi a identificação de um riacho, que atualmente está seco. Ao
chegarem ao local, as equipes localizaram os tanques. A quantidade de água
furtada ainda não foi precisada, mas acredita-se que os tanques criavam cerca
de 50 mil peixes.
Em Exu, no povoado de Olho D'água, uma
ligação clandestina abastecia hortaliças. O que denunciou a situação foi o
tamanho da plantação, com muito verde, contrastando com a seca do restante da
região. O proprietário foi identificado e prestará esclarecimentos sobre o
ocorrido.
Em Parnamirim, a fiscalização encontrou uma
fazenda que utilizava água da Adutora do Oeste em uma plantação de feijão e na
criação de 500 cabeças de gado. Após o flagrante, técnicos da Compesa retiraram
a ligação clandestina e notificaram o proprietário, que também será denunciado
aos órgãos competentes. Ainda no município, em uma fazenda localizada no
povoado de Poço do Fumo, os técnicos identificaram um riacho, com cerca de dois
quilômetros de extensão. Na mesma propriedade, havia também uma lagoa
proveniente de uma ligação clandestina
Na terça-feira (8), primeiro dia da operação,
12 indícios de furto de água foram identificados em vários municípios. Segundo
a Compesa, as ações serão intensificadas para garantir que mais de 200 mil
pessoas, que são abastecidas nas 13 cidades do Sistema Adutor do Oeste, não
sejam penalizadas por poucos usuários, que têm provocado muitos prejuízos ao
abastecimento.
"Essa operação é só uma primeira ação,
que vai virar rotina. Além de registrar infratores, nós também vamos
orientá-los, pois, quem desvia água para abastecer animais, por exemplo, tem
outra conotação de irregularidade. Então, vamos também instalar hidrômetros e
dar dicas de como evitar desperdício", falou Fernando Lôbo.
Fonte: Grande Rio FM.
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