PMDB pedirá cassação de prefeita infiel

MONALIZA BRITO
Especial para a folha

O PMDB pernambucano informou, através de nota à Imprensa, que “vai recorrer a todas as instâncias da Justiça Eleitoral para punir, nos termos da lei, a infidelidade partidária cometida pela prefeita de Lagoa Grande, Rose Garziera. Rose trocou o PMDB pelo PR, que faz parte da base do Governo de Eduardo Campos (PSB), na última sexta-feira, provocando reações de repúdio de sua legenda de origem.

Na nota, a decisão da prefeita é classificada como “prática espúria da cooptação e da infidelidade partidária - que transforma a política num verdadeiro vale-tudo”. O presidente estadual do PMDB, Dorany Sampaio, acusa a gestora de “se vender” diante da promessa de liberação de recursos do Governo do Estado, em uma “clara demonstração de toma-lá-dá-cá”.

“Era uma situação escandalosa, de grande gravidade e tivemos que tomar uma atitude imediata”, contou Dorany por telefone à Folha. Segundo ele, o anúncio foi inesperado, já que a ex-correligionária “sempre teve todo apoio da direção do partido”. “Não pode o PMDB deixar de repudiar, também, os que usam a máquina pública e dela abusam para obter lucros partidários e eleitorais, com desprezo da ética”, reforça a nota.

Através de nota enviada à redação, Rose Garziera garantiu que está tranquila com a decisão de ingressar no PR por “não acreditar” que a posição da direção peemedebista seja levada adiante. “Antes de tomar esta decisão de deixar o PMDB ela - a prefeita - consultou sua base política, a comunidade lagoagrandense e os advogados”, garante a nota. “Rose não acredita que o senador Jarbas Vasconcelos e o deputado federal Raul Henry, que integram a direção estadual do partido, levem adiante essa posição sobre a retirada de seu mandato”, pondera o texto.

O secretário-geral do PR em Pernambuco, José Marcos de Lima, garantiu que o partido dará total apoio à nova filiada. “Vamos aguardar que ela seja notificada e daremos total apoio. Mas, por enquanto estamos, apenas no campo da especulação. É preciso aguardar o processo”, esclareceu. “Esse troca-troca de partidos é uma coisa natural na política. As pessoas têm esse direito. E ela - Rose - deve ter tido seus motivos para a decisão”, avaliou Lima.